09
de Janeiro de 2014
Sento-me naquela rocha com o mar a beijar-me
os pés, ouço a tua voz entoada na brisa do mar, cantas-me a tua canção, a minha
canção, a nossa canção, aquela que me fazia sorrir sempre antes de cair no
mundo dos sonhos, aquela que me cantavas quando tinha medo ou quando o dia não
estava a correr do meu jeito. Hoje, aqui sentada recordo todos os bons
momentos, todas as palavras, os afectos, o carinho, como tudo parece ter
acontecido ontem, como tudo parece tão diferente.
Debaixo da chuva gelada, as minhas lágrimas
quentes salgam-me o rosto, os meus pés são embalados ao sabor das ondas calmas
e hoje sentada recordo-te a ti com mágoa e tristeza, os meus suspiros trazem
saudade, as minhas lágrimas trazem memórias e o meu corpo chora pelo teu
abraço, pelo teu beijo.
Ouço a tua voz, esboço um sorriso, olho para
trás e no meio da chuva vejo o teu rosto e corro para te alcançar. Deixo-me
cair por terra, os meus joelhos tocaram a areia molhada e fria, uma dor
instalou-se em mim e correu todo o meu corpo, não sei se dói por foras ou por
dentro, a minha alma sente um vazio repleto de saudade. Porque é que não te
deixas agarrar?
A tua ausência deixa-me confusa, cansada,
quero-te tocar, mas estás ausente, quero-te falar, mas estás ausentes, quero-te
aqui, mas já não estás mais aqui, já não podes estar mais aqui.
Dava tudo para voltar atrás no tempo e poder
mudar tudo para continuares comigo, dava tudo para voltar atrás no tempo em que
os abraços eram reais, onde existiam diálogos, onde a tua presença existia, era
sentida, e a tua ausência era uma miragem.
Agora só me posso contentar com a saudade,
só me posso agarrar ao saudade e à vontade que tenho de te voltar a ter. O
desejo é muito, a vontade transborda, mas o destino, esse dita todas as regras
do jogo da vida e só nos resta aceitar e continuar a viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário