sábado, 5 de julho de 2014



09 de Janeiro de 2014

   Sento-me naquela rocha com o mar a beijar-me os pés, ouço a tua voz entoada na brisa do mar, cantas-me a tua canção, a minha canção, a nossa canção, aquela que me fazia sorrir sempre antes de cair no mundo dos sonhos, aquela que me cantavas quando tinha medo ou quando o dia não estava a correr do meu jeito. Hoje, aqui sentada recordo todos os bons momentos, todas as palavras, os afectos, o carinho, como tudo parece ter acontecido ontem, como tudo parece tão diferente.
   Debaixo da chuva gelada, as minhas lágrimas quentes salgam-me o rosto, os meus pés são embalados ao sabor das ondas calmas e hoje sentada recordo-te a ti com mágoa e tristeza, os meus suspiros trazem saudade, as minhas lágrimas trazem memórias e o meu corpo chora pelo teu abraço, pelo teu beijo.
   Ouço a tua voz, esboço um sorriso, olho para trás e no meio da chuva vejo o teu rosto e corro para te alcançar. Deixo-me cair por terra, os meus joelhos tocaram a areia molhada e fria, uma dor instalou-se em mim e correu todo o meu corpo, não sei se dói por foras ou por dentro, a minha alma sente um vazio repleto de saudade. Porque é que não te deixas agarrar?
   A tua ausência deixa-me confusa, cansada, quero-te tocar, mas estás ausente, quero-te falar, mas estás ausentes, quero-te aqui, mas já não estás mais aqui, já não podes estar mais aqui.
   Dava tudo para voltar atrás no tempo e poder mudar tudo para continuares comigo, dava tudo para voltar atrás no tempo em que os abraços eram reais, onde existiam diálogos, onde a tua presença existia, era sentida, e a tua ausência era uma miragem.
   Agora só me posso contentar com a saudade, só me posso agarrar ao saudade e à vontade que tenho de te voltar a ter. O desejo é muito, a vontade transborda, mas o destino, esse dita todas as regras do jogo da vida e só nos resta aceitar e continuar a viver.                                       

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