segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Voltei ao que era...



   Como tão bela é uma peça de teatro. O jogo de luzes, cada palavra sentida pelos actores, o som do eco que soa numa sala tão vazia de movimento. Parecem lindos bailados falados, sentir o cheiro dos fatos que ajudam naquele jogo de palavras.  
   Há muito que já não sentia esta necessidade de esconder partes de quem sou, esconder sentimentos que sempre mostrei a todos, vou-me fechar em copas só para ouvir o meu coração a falar, não sei o que deva fazer mais. Vou representar todos os dias, vou encarar a vida apenas com a personagem que irei mostrar a todos a partir daquela noite, nunca mais irão ver uma lágrima minha cair a vossa frente, nunca mais irão ver o meu rosto triste e apagado. De hoje para a frente só vão ver o meu sorriso, a minha boa disposição logo pela manha, mas lembro-vos: “Um sorriso não quer dizer Alegria”.
   Passarei a ser uma outra personagem que não eu, sairei todas a manhãs de casa, vou respirar fundo ao fechar a porta, irei encher os pulmões de ar e meter um sorriso rasgado no rosto. Mesmo quando só tiver motivos para chorar, irei fazer isto para encarnar essa personagem.
   Todos os actos têm que passar para o seu publico uma personagem, nunca poderão vacilar e desvendar quem está por baixo da máscara, assim vou eu fazer, vou ser uma personagem quando sair de casa e apenas eu quando estiver sozinha, em casa ou noutro recanto deste tão pequeno mundo, serei apenas eu na escrita corrida, nas palavras rimadas de todos os dias, só assim me verão.
   E perante ti, mas só a ti me vou deixar levar e me vou apoiar, a ti que nunca terei de representar, porque sei que tu nunca me irás julgar, não me vais criticar e muito menos negar uma simples conversa que seja.
   Tenho todos os motivos do mundo para chorar, para ficar deitada sobre a cama sem me levantar, tenho todos os motivos do mundo para nunca mais querer mostrar esta pessoa, só irei viver o meu sonho.
   Um dia sonhei em ser uma brilhante actriz e correr o mundo em cima dos palcos mais afamados. Naquela noite o sonho realizou-se, mas de maneira diferente, não correi o mundo, mas sim ele virá até mim e eu simplesmente tenho que interpreta-lo para não o perder…

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Busca por algo que está tão perto!

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   Sei da história de alguém que um dia quis ser livre, queria voar bem alto, não ter medo de sonhar, não fugir a cada adversidade, fechar os olhos e sentir a brisa vinda do mar, sentir o cheiro do campo e das flores silvestres.
   Um dia procurou a coisa mais poderosa que alguma vez existiu. Vasculhou por todo o lado, por todo o mundo, nunca encontrou nada tão especial, tão único, tão verdadeiro…
   Tanto indagou que houve um dia que desistiu. Sentou-se na beira da estrada e chorou, chorou incessantemente. O céu escureceu, uma nuvem ameaçava rebentar mesmo por cima daquela pobre cabeça. O inevitável aconteceu, começou a chover sobre aquele alguém tão triste e sozinho…
   Horas se passaram, e a chuva era cada vez mais forte. Continuava ali sentada aquela alma tão pesada e devastada, nem um único movimento fizera, apenas chorava por não ter encontrado aquilo que procurava por todo o mundo.
   O despontar da noite chegava, a chuva parecia quer dar tréguas e finalmente acalmou a sua fúria, por trás daquele ser cansado, surgem outros sons, alguns paços se desenham pela lama formada pelo chão, calmamente se senta junto daquele coração feito em pedaços. Com a simplicidade no olhar e nos gestos, passa o seu leve braço pelas costas daquele tão frágil ser e acarinha-o. É ai, com um sobressalto, a cabeça daquele jovem rapaz se levanta, olha para quem o aconchegou e por entre lágrimas, sorri. Ela era linda, seus cabelos lembravam compridos desertos de areia doirada, nos lábios trazia o brilho que há muito não se via, um olhar que transbordava de ternura e amor.
   Secou-lhe todas as lágrimas que escorriam dolorosamente pelo rosto daquele devastado rapaz, levou-o para sua casa, ali bem ao lado da dele, dá-lhe roupas secas e quentes, prepara-lhe um chocolate e reconforta-o. Ele ainda meio dormente assiste a algo nunca antes vivenciado por si, nunca antes alguém fizera aquilo que aquela rapariga estava a fazer, ele simplesmente lhe conseguia agradecer com um sorriso.
   Desde muito jovem via aquela linda menina a brincar no jardim da casa ao lado da sua, durante a sua infância ele achava que ela era uma princesinha que vinha colher as flores campestres do seu jardim. Os anos passaram-se e foi deixando de ver a princesinha que brincava ali tão perto.
   Naquele dia, o lindo jovem percebeu finalmente que quando menos esperamos a coisa mais poderosa apareço-nos e encontramo-la mais perto que possamos imaginar.
   Esta história faz.me levantar a cabeça, faz-me pensar que nem todos os problemas são tão graves como podemos pintar, temos que erguer a cabeça e pensar que o amanha será sempre melhor que o hoje ou que o ontem…