sexta-feira, 16 de março de 2012

Sonho volta atrás, mas torna-te real desta vez






   Hoje tive um sonho! Acordei muito assustada, mas feliz ao mesmo tempo. Sonhei que te reencontrava, senti algo que não posso imaginar! Vem comigo e revive este sonho, prepara-te!
   Sonhei novamente contigo, senti-te outra vez tão perto de mim, tão perto que sentia o teu tocar e as tuas caricias no meu cabelo doirado. Parecias tão bem, tão feliz, tão tu, não quis mais acordar, quis apenas ficar ali, abraçada a ti, sentir-te mais aquela vez, mas tudo tinha que ter um fim.
   Estava sentada na beira de jardim aqui perto de casa, estava a escrever e curiosamente ou não era para ti e sobre ti aquilo que surgia no papel. É certo que nunca o irias ler, mas eu, na minha ignorância, continuava a escreve-lo pois sabia que algures num sitio, algures numa hora tu irias ler e sentir orgulho de tudo o que aquelas letras te diziam.
   De repente senti um cheiro diferente, não eram das flores que me rodeavam, eu sabia que era algo familiar, algo que eu já teria cheirado antes, lembrei-me de ti, do teu perfume, do teu cheiro de manha, do teu abraço, do cheiro da tua roupa. Olhei para trás sobressaltada, não vi ninguém, então continuei um pouco assustada, mas confiante. Minutos depois, ouço vindo de casa, o choro misturado com o riso de alguém, a alegria que há muito não entrava aqui em casa, vim a correr para dentro, ouvi a mãe e a avó a chorar, a rir de alegria, com poucas palavras bem prenunciadas, então corri ainda mais rápido para ver o que de tão feliz se passava…
   Entrei, vi-as abraçadas a alguém, naquele momento não percebi quem era, então continuei. Ouviram-se os meus passos, foi aí que aquele, aparentemente, estranho se virou. Meus olhos nem queriam acreditar, eras tu, sim, tu e apenas tu. Todo o meu corpo termia, a minha voz ficou muda, meu coração queria parar, mas só acelerava cada vez mais. Na minha cara corriam lágrimas sem ter fim, a minha face estava totalmente molhada de pequenas gotas de um mar salgado, que nunca mostrei a ninguém.
   Foi aí que o meu corpo teve o impulso de correr até ti, os meus braços entenderam-se em encontro aos teus que já se abriam para me abraçar. Corri, cheguei até ti tão rápido que alguma vez podia imaginar, finalmente estava abraçada a ti, podia sentir realmente o teu abraço depois de tanto tempo sem te poder ver ao meu lado. Senti a tua roupa tão suave a acarinhar-me a cara molhada, consegui lembrar-me de como eras tão forte. O cheiro que tu tinhas fora o mesmo que sentira há pouco. Soube tão bem voltar a ver-te! Depois da tal emoção só ouço da tua boca estas sentidas palavras: “Continua minha filha, tenho lido cada poema, cada texto que tu fazes para mim e sobre mim, estou muito orgulhoso! Nunca te esqueças que estarei sempre atrás de ti para te proteger, confia em mim, confia no teu anjo da guarda!”
   Foi aí que as minhas lágrimas caíram cada vez mais e mais depressa, ao ponto de eu soluçar com a emoção. Neste momento já só sinto o quente da minha cama, e o molhado da minha almofada.
   Ainda hoje eu penso: “Será que tudo não passou de um sonho?”; “Se lês tudo o que te escrevo, estarás mesmo orgulhoso da tua neta?”; “Estou a ser suficientemente forte, avô?”

quarta-feira, 7 de março de 2012

A vida prega partidas!





Porque te foste embora
Quando eu ainda precisava
Do teu colo, do teu amor?
Porque eu ainda acreditava…


Doente ficaste mas…
A esperança nunca morreu
Forte sempre foste
Mas a doença venceu


Por ti rezava, chorava, suplicava
Queria-te de novo em casa
Depois de partires fiquei revoltada
Porque eu ainda acreditava


Todos me dizem
Que foi o melhor
A sofreres estavas
Mas nunca esperava


Até hoje penso que é mentira
À noite contigo sonho
No teu carinho penso, mas…
A mão na mente ponho


De mim te arrancaram
E eu em pune fiquei
Talvez porque não te amavam
Como eu te amei…