Hoje lá no céu há uma estrela que teima
em não se ir deitar, teima em não deixar que as suas amigas brilharem tanto
como ela. É uma estrela pequenina, mas com um brilho que nunca nenhuma outra
tivera.
Cá em baixo na Terra, uma pequena borboleta observava-a todas as noites,
sonhava, um dia, ir visitá-la, poder perguntar-lhe porque brilhava tanto,
queria falar com a pequena estrela. Contudo a borboleta tinha medo de voar tão
alto, ela apenas voava de flor em flor e da sua para a mais próxima, tinha medo
de cair e não conseguir voar mais, então todas as noites ficava na sua pequena
e linda flor, a olhar aquela que considerava ser a sua única amiga, a noite.
Todas as outras borboletas se riam dela, por ela ter medo de voar e, por isso
fechava-se, isolava-se do mundo lá fora.
Esta noite era especial todos os sabiam, contudo ninguém sabia bem o
porquê. Lá em cima a estrela mirava tudo o que se passava neste lindo planeta,
reparou que a pequenina e frágil borboleta estava a tentar falar consigo.
Decidiu por bem responder às perguntas que a recente borboleta tanto falava. A
partir daquela noite ela mudou e porquê? O que terá dito a estrelinha para ela
mudar assim tanto?
Estava a janela entreaberta, a lua cheia iluminava a sala, a lareira
dava o calor que aquecia quem nela entrava, lá fora, bem pertinho daquela
medalha prateada lá em cima, estava a estrelinha a brilhar mais que todas as
outras.
Hoje é um dia triste, passaram-se dois anos, mas a ferida ainda dói,
ainda está a sangrar, não me consigo conformar, porque tu? Eu ainda precisava
do teu abraço, do teu colo! Estou deitada, fecho os olhos e ainda ouço a tua
voz, as palavras “minha pequenina” ecoam
no meu ouvido, olho à volta mas não estás lá, e agora? Esse abraço perdeu-se no
tempo. Ainda tenho tanto para te dizer, tinha tanto para te contar, ainda
precisava de ti. Vou continuar a ser a tua pequenina até ter mesmo oitenta
anos, e ainda irei precisar de ti.
Passaram-se dois longos anos, e aquela estrela ainda brilha desde o
primeiro dia, ainda lá está e é a mesma. Mas serás tu? Também tenho medo, também
tenho perguntas, és tu? Também olhas por mim? Também viras ter comigo e
ajudares-me? Tens orgulho de mim avô? Lês todos os textos que te escrevo? Eu
tenho todo o orgulho em ti, para sempre avô!