04 de Abril de 2013
Aqui estou eu, novamente, a escrever, ainda
não parei de me sentir estúpida em escrever isto, mas só assim me sinto
confortada, ouvida e, ironicamente, amada.
Hoje fiz uma viagem, o sorriso rasgava-me a
cara, a felicidade saía-me do rosto tal como as gargalhadas. Todos os que
olhavam para mim ficavam contagiados, diziam, pensavam que estava feliz e que
realmente estava bem.
Havia um lindo jardim, um passeio perfeito
para nós dois, dei comigo a olhar para o vazio do jardim cheio e imaginar esse
passeio onde tu me darias a mão, onde me protegerias de todos os outros que
olhassem para mim, onde estavas disposto a afastar todos com um único dedo ou
então com uma única frase: “Afasta-te, ela é minha!”. Mas que parvoíce, tu nem
lá estavas, nem isto se poderá realizar, não estas aqui!
Ai ai aquela felicidade! Ninguém me olhou
nos olhos para realmente perceberem que algo errado estava a acontecer em mim,
os meus olhos diziam que morria por dentro, diziam que a tua falta era tanta
que o meu coração batia mais forte sempre que o teu nome ecoava no ar, fecho os
olhos e eras tu quem aparecia.
Cheguei a casa e isolei-me, só queria um
sinal, uma mensagem, algo que me dissesse que estavas lá, ao pé de mim, não
estavas, nada me mandaste! Não devo merecer nada para nem isto me mandares,
todos estão perto de ti e eu? Já não conto? Já não te lembras de mim? Sabes ainda
aqui estou, ainda acredito em ti, não me deixes sim? Não me ignores mais, não me
deixes de proteger, não vás embora outra vez.
Quero-te aqui, será pedir de mais? Estás
longe, não só fisicamente como também “sentimentalmente”. Se calhar a culpa ate
foi minha, se calhar não estive la como devia ou quando devia. Se calhar não dei
o que devia de dar. Devia ser a pessoa perfeita, a perfeição, mas apenas
desiludo toda a gente, até a ti, tu que mais me protegias e defendias, mas nada
disso faz sentido, já não estás aqui, e eu que tanto preciso. Sinto-me tão desamparada
já ninguém me ouve, tudo tem as suas vidas, os meus problemas já são tão
velhos, não há paciência para estes velhos dilemas, mas restam-me estas folhas
que ouvem e também consolam.