É tão fácil deixares-me para trás, é tão
fácil fazeres de mim a tua segunda, terceira, última escolha, é tão fácil magoares-me,
não é? É tão fácil esqueceres quem sempre te ajudou, quem sempre te tirou do
abismo onde todos os outros te meteram e deixaram lá ficar. É tão fácil
livrares-te de mim, não é?
Sempre achei ser um porto de abrigo para
ti, mas agora percebi que não passo de um ponto de passagem. Sempre estive
contigo e agora vejo-me sem ti. Mas não tem mal, a tua ausência passou a ser
uma constante pouco variável. É fácil fugir de mim, não é?
Bem sei que não te faço falta, bem sei que
não passo de uma simples pessoa que pela tua vida passou. Uma pessoa que te
ouviu, aconselhou, te consolou, te agarrou, que te apoiou e resgatou quando
mais ninguém o fez. Uma pessoa que riu, chorou, desabafou e ajudou. Fui a
pessoa.
Agora
tens mais pessoas a fazer esta difícil tarefa, a desempenhar esta complicada
função, agora tens mais pessoas e nenhuma sou eu. É fácil assim não é? Continua
fácil assim?
O que é certo é que a pessoa que eu era
para ti não desapareceu, não deixou de existir, ela continua aqui bem dentro de
mim, mas a pessoa que sou agora só é para quem realmente a quer por inteiro, a
quer verdadeiramente, desinteressadamente e permanentemente. Agora vou deixar
de ser o que sou para ti, sim, só para ti, pois não sou uma pessoa, eu sou a
pessoa, a primeira e única escolha, eu não sirvo apenas para quando mais ninguém
te quer, para quando mais ninguém pode saber todos os segredos obscuros. Eu
sirvo sempre.
E agora? Continua fácil? Pois agora te
digo, é tão fácil fazer de mim a ultima escolha, fugires e livrares-te de mim,
mas também é tão fácil fazer o mesmo contigo…
Eu sou o porto de abrigo e não um ponto de
passagem!
Adeus,
meu desengano.
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