quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aquele dia que algo mudou!

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    Estava escura aquela noite, chovia em todas as ruas da cidade, lá fora os raios rasgavam os céus de alto abaixo.
   Já não aguentava o silêncio de casa. Fiz-me a estrada então, parti sem ter rumo, parti com a incerteza no olhar. A água escorria pelos passeios, pela estrada, lá fora não se via ninguém, os poucos que andavam contentes nas ruas eram crianças e casais juntos.
   As lágrimas caiam pela minha cara. O adeus da tua voz ecoava no meu coração, a minha cabeça não parava, só pensava naquela momento em que me entreguei a ti, naquele dia que me roubaste um sorriso.
   Os meus olhos, ainda que molhados, não se desviaram do caminho, no espelho retrovisor a cidade ficavam cada vez mais lá atrás, as luzes iam ficando cada vez mais desfocadas. Chovia cada vez mais fora do carro, no rádio já quase não se ouvia aquela música, a nossa música.
   O caminho levou-me para longe, vi lá a frente uma pequena luz, a chuva acalmou após longas horas sem descanso, ouvi as ondas rebentarem na praia, lembrei-me que fora ali que tudo teve lugar, duas pequenas gotas correram as bochechas rosadas, a música soava baixinho como se me estivesse a levar exactamente para esse dia. Saí e sentei-me no chão molhado.
   Não avisei ninguém daquela partida, estava por minha conta, o telemóvel estava já interrompido por chamadas e mensagens escritas, mensagens de desespero, não liguei, para mim naquele momento já nada me interessava a não seres tu.
   Falei com o meu anjo, perguntei-lhe se eu merecia aquilo, por vezes sentia um vento soprar no ouvido, eu queria acreditar que era a sua voz, era a sua forma de dizer que estava ali, para não ter medo que tudo iria ficar bem.
   O Sol queria levantar-se no horizonte, vi como era belo o nascer do sol, reflecti de como seria bom o nascimento de algo novo, algo que eu e tu idealizamos…
   A chuva volta, mas eu deixo-me ficar, ouço uns passos vindos em direcção a mim, tive medo, mas não me mexi, senti que não iria valer a pena, ouvi um suspiro, de repente a tua voz volta a soar como a melodia da manha calma, acaricias-me o cabelo, dizes que estavas preocupado, andaste toda a noite a minha procura, tinhas algo para dizer. Querias voltar, sentiste o sentimento mas forte, e a culpa mais perigosa, pegas-me ao colo, embalas-me com o beijo e adormeceste ao meu lado como dois pandas embalam seus filhos.

2 comentários:

  1. gostei imenso do teste love :)
    sabes que podes contar comigo para sempre!
    adoro-te <3

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  2. Obrigado amora, eu sei que posso e tu também podes sempre contar comigo sabes?

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