quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mais um ano sem o teu abraço









   Hoje lá no céu há uma estrela que teima em não se ir deitar, teima em não deixar que as suas amigas brilharem tanto como ela. É uma estrela pequenina, mas com um brilho que nunca nenhuma outra tivera.
   Cá em baixo na Terra, uma pequena borboleta observava-a todas as noites, sonhava, um dia, ir visitá-la, poder perguntar-lhe porque brilhava tanto, queria falar com a pequena estrela. Contudo a borboleta tinha medo de voar tão alto, ela apenas voava de flor em flor e da sua para a mais próxima, tinha medo de cair e não conseguir voar mais, então todas as noites ficava na sua pequena e linda flor, a olhar aquela que considerava ser a sua única amiga, a noite. Todas as outras borboletas se riam dela, por ela ter medo de voar e, por isso fechava-se, isolava-se do mundo lá fora.
   Esta noite era especial todos os sabiam, contudo ninguém sabia bem o porquê. Lá em cima a estrela mirava tudo o que se passava neste lindo planeta, reparou que a pequenina e frágil borboleta estava a tentar falar consigo. Decidiu por bem responder às perguntas que a recente borboleta tanto falava. A partir daquela noite ela mudou e porquê? O que terá dito a estrelinha para ela mudar assim tanto?
   Estava a janela entreaberta, a lua cheia iluminava a sala, a lareira dava o calor que aquecia quem nela entrava, lá fora, bem pertinho daquela medalha prateada lá em cima, estava a estrelinha a brilhar mais que todas as outras.
   Hoje é um dia triste, passaram-se dois anos, mas a ferida ainda dói, ainda está a sangrar, não me consigo conformar, porque tu? Eu ainda precisava do teu abraço, do teu colo! Estou deitada, fecho os olhos e ainda ouço a tua voz, as palavras “minha pequenina” ecoam no meu ouvido, olho à volta mas não estás lá, e agora? Esse abraço perdeu-se no tempo. Ainda tenho tanto para te dizer, tinha tanto para te contar, ainda precisava de ti. Vou continuar a ser a tua pequenina até ter mesmo oitenta anos, e ainda irei precisar de ti.
   Passaram-se dois longos anos, e aquela estrela ainda brilha desde o primeiro dia, ainda lá está e é a mesma. Mas serás tu? Também tenho medo, também tenho perguntas, és tu? Também olhas por mim? Também viras ter comigo e ajudares-me? Tens orgulho de mim avô? Lês todos os textos que te escrevo? Eu tenho todo o orgulho em ti, para sempre avô!

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